domingo, 20 de novembro de 2016

Se você pensa que o meu coração é de papel...

Sabe aqueles Assessores de Porcaria Nenhuma que trabalham lá em Brasília?


Tudo aquilo que todo mundo espera da capital foi caricaturado nessa série de sete episódios. Pois é, coisa boa acaba rápido mesmo, ou pelo menos é tão bem montada a ponto de alcançar o objetivo e deixar o gosto bom e a barriga dolorida de tanto rir de quem relembra.

Com ótimas sacadas no roteiro e muito trocadilho de duplo sentido, Selton Mello, Andréa Beltrão, Pedro Paulo Rangel, Marisa Orth e Drica Moraes deram tão certo juntos que, em casa, você sente o encanto da comédia sendo feita por quem entende.

A história começa quando Tales, funcionário público, é promovido e se torna chefe do Fichário Ministerial de Documentos Obrigatórios e de quebra, ainda lhe cai uma estagiária do céu. A animação pelo novo cargo logo se esvai quando ele descobre que o FMDO é uma repartição sem função útil e portanto, os funcionários públicos não tem ordens a serem recebidas. A solução é reinventar a missão e criar novos objetivos para colocar os preguiçosos para trabalhar, a nova atribuição é “Falar Mal Dos Outros” e encontrar os maiores escrotos nas fichas para lhes dar pequenas lições de moral.

Os próprios funcionários acabam revelando o mal caráter entre si em cada episódio (ou dia de trabalho). Fofocas, apelidos, assédio, malandragem e uso das funções para benefício próprio permeiam o cotidiano (deles ou nosso?).



E o que Brasília realmente mostra? Que as faíscas de amor estão em toda parte, mas será que a lentidão do tempo não está relacionada a essas ruas superlotadas de pessoas vazias? Talvez uma multidão de quem já perdeu o sentido da palavra -proteção- e aos berros nós podemos implorar por ajuda qualquer dia, mas hoje mesmo não daria, tem a aula e aquela apostila pesada demais na bolsa atrapalha qualquer iniciativa.