Qual foi a minha surpresa ao
notar, que assim como o Ex-mágico da
Taberna Minhota, personagem de Murilo Rubião, se eu quisesse morrer agora,
ou ao menos ir embora sem olhar para trás, não conseguiria. Não largo meu
celular, não tenho paz para ler enquanto a casa está essa bagunça, sem aquele
shampoo meu cabelo ficaria uma merda, o almoço ainda não está pronto.
Crescer, envelhecer, morrer é
assim, você não sente o processo acontecendo aos poucos, da mesma forma que o
tempo por si não nos machuca, a idade não segura a faca que deixa essas marcas
ao redor dos olhos. E ainda bem que não
sentimos esses cortes, mas seria tão bom estarmos mais preparados, assim quando
vier a primeira dor nas costas já tenhamos beijado a boca de quem amamos e dito
adeus aos que partiram, sem necessidade de conselhos forçados, sou da opinião
de que aprender mesmo só experimentando.
Mais do que provar gratidão aos
outros, senti falta de fazer descobertas por mim. De dizer sobre o meu amor sem
medo de te assustar. E se não for para dar certo, um dia a gente descobre e vai
embora, sem ressentimentos, gritos ou choro.
Tenho tanto medo de estar apegada
à minha casa, porque não respiro aqui da mesma forma que na rua. E mesmo assim,
com minhas decepções fiz essa corrente e encaixei com calma no meu pé, que
agora se estende a outras formas, a minha mente e a relação com os outros. Por isso a sensação de ser diferente, acordar
pensando em algo que me espera, mas ainda não estou preparada.
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