domingo, 10 de novembro de 2013

Desabafo ao tempo ou ao vento

Qual foi a minha surpresa ao notar, que assim como o Ex-mágico da Taberna Minhota, personagem de Murilo Rubião, se eu quisesse morrer agora, ou ao menos ir embora sem olhar para trás, não conseguiria. Não largo meu celular, não tenho paz para ler enquanto a casa está essa bagunça, sem aquele shampoo meu cabelo ficaria uma merda, o almoço ainda não está pronto.

Crescer, envelhecer, morrer é assim, você não sente o processo acontecendo aos poucos, da mesma forma que o tempo por si não nos machuca, a idade não segura a faca que deixa essas marcas ao redor dos olhos.  E ainda bem que não sentimos esses cortes, mas seria tão bom estarmos mais preparados, assim quando vier a primeira dor nas costas já tenhamos beijado a boca de quem amamos e dito adeus aos que partiram, sem necessidade de conselhos forçados, sou da opinião de que aprender mesmo só experimentando.

Mais do que provar gratidão aos outros, senti falta de fazer descobertas por mim. De dizer sobre o meu amor sem medo de te assustar. E se não for para dar certo, um dia a gente descobre e vai embora, sem ressentimentos, gritos ou choro.

Tenho tanto medo de estar apegada à minha casa, porque não respiro aqui da mesma forma que na rua. E mesmo assim, com minhas decepções fiz essa corrente e encaixei com calma no meu pé, que agora se estende a outras formas, a minha mente e a relação com os outros.  Por isso a sensação de ser diferente, acordar pensando em algo que me espera, mas ainda não estou preparada.

Ainda bem, que seja lá o que ou quem for, tem paciência. 

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